A utilização desta frase de cariz popular, leva-me a refletir sobre a falta de apoio da sede do meu concelho, na divulgação do que vou escrevendo e publicando. Já constatei que não sou a única autora, artista, que sinto isto, mas permitam-me um pouco de egoísmo.
Até ao momento tenho seis livros publicados, umas seis antologias onde participei, dezenas de diplomas de presença em escolas e Bibliotecas Municipais por este país. Não menciono tudo isto por vaidade, que vaidosa e petulante não sou.
Sabem quantas vezes tive a honra de apresentar os meus livros ao público na Biblioteca Municipal do meu concelho? Duas vezes. Apresentei Histórias Sem Idade e Salvador e a Talha da Felicidade. O segundo e o terceiro.
Realmente, ao longo dos anos tenho-me questionado porquê.
Terá sido por trabalhar noutro concelho?
Terá sido por se julgar que sou de alguma vertente política diferente?
Terá sido porque não tenho o hábito de andar a pedir favores, coisa que detesto?
Terá sido por não ser da elite cultural e social da região?
Terá sido...?
Bem, foi por algum motivo, do qual não me deram conhecimento, mas, julgo que, principalmente, por não trazer agarrado a mim um conjunto grande de pessoas influentes, que puxam amigos de amigos e enchem uma sala ou um anfiteatro. Como não tenho tempo para estar aqui e além, neste e naquele evento social importante, isso acaba por me prejudicar e fazer cair no esquecimento.
Por algumas vezes, alguém que coordena os eventos na Biblioteca Municipal concelhia me "apanhou" em atividades públicas e me disse que já tinha solicitado às suas "meninas" para me contactar ou à minha editora atual para uma sessão. Portanto, o "convite de boca" esqueceu-se.
Parece não ter ainda havido oportunidade para a Biblioteca Municipal do concelho, que teria público interessado, fazendo uma boa divulgação, com a minha ajuda incondicional, delinear o evento, contactar a editora, preparar tudo condignamente. Entretanto passou quase um ano do lançamento do meu romance e a oportunidade esfumou-se.
Sabem, isto entristece-me muito. Nada melhor do que nos sentirmos acolhidos pelos nossos. Nada melhor do que os nossos nos darem as mãos para nos fazerem crescer. Não para enriquecer, não, apenas crescer. De um verbo ao outro vai uma grande diferença.
Sinceramente sinto-me uma "estranha", porque afinal consigo correr o país e a sede do meu concelho, onde residi 22 anos, não me acolhe. Sinto-me posta de parte, esquecida. Não porque me considere alguma excelência no mundo da escrita, nem queira ser mais do que os meus colegas artistas, mas uma lutadora, sem dúvida alguma, isso sou. Se tenho livros para diversos tipos de público, são para apresentar, porque é para isso que os publico.
Não preciso ter sala cheia, preciso que a sede do meu concelho me receba, me acolha, me torne conhecida, me dê voz junto do público.
Uma coisa é certa, ninguém, mas ninguém me vai ver pedir favores ou a passar a graxa, para ter direito àquilo que julgo ter. Nunca o fiz, e não é agora que o farei.
Sabem, amigos, este romance "O Trilho da Rata Cega", graças a Deus e a mim, tem tido sucesso e é uma pedra no sapato de alguém que me fez sonhar por um apoio e, passados meses, diria anos, me informa friamente, através de um oficio, que não apoiava obras de fundo literário. Afinal várias têm sido apoiadas financeiramente apesar de serem literárias, a minha é que não podia ser.
Há coisas que não esqueço, e, para além desta, não aparecer um representante camarário na apresentação do meu livro, apesar de terem sido convidados.
Afinal eu faço parte de um leque de escritores e artistas que contam pouco ou nada na sede do meu concelho, mas não será por isso que eu deixarei de continuar a lutar.
Não preciso ter sala cheia, preciso que a sede do meu concelho me receba, me acolha, me torne conhecida, me dê voz junto do público.
Uma coisa é certa, ninguém, mas ninguém me vai ver pedir favores ou a passar a graxa, para ter direito àquilo que julgo ter. Nunca o fiz, e não é agora que o farei.
Sabem, amigos, este romance "O Trilho da Rata Cega", graças a Deus e a mim, tem tido sucesso e é uma pedra no sapato de alguém que me fez sonhar por um apoio e, passados meses, diria anos, me informa friamente, através de um oficio, que não apoiava obras de fundo literário. Afinal várias têm sido apoiadas financeiramente apesar de serem literárias, a minha é que não podia ser.
Há coisas que não esqueço, e, para além desta, não aparecer um representante camarário na apresentação do meu livro, apesar de terem sido convidados.
Afinal eu faço parte de um leque de escritores e artistas que contam pouco ou nada na sede do meu concelho, mas não será por isso que eu deixarei de continuar a lutar.
A velha máxima de que "santos da casa não fazem milagres", infelizmente é verdade. Quem me dera que não fosse, mas muitos outros interesses se levantam! Francamente esses não me interessam, o que me interessava mesmo é que olhassem para mim como uma filha da terra e não como uma bastarda perfilhada.
Dá que pensar...
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