sábado, 2 de fevereiro de 2019

Cataventos


Cativos estão na chaminé,

Seguros em ferro trabalhado.

Seguram-se na telha em pé.

Giram em dia ventado.



Cata o galo, agarrando as penas,

Cata o peixe, as barbatanas,

Cata a oliveira azeitonas plenas,

Cata o anjo as asas planas.



Desenhos belos catam os ventos,

que os homens souberam criar.

Na tradição fizeram-se inventos,

que irão para sempre perdurar.



Cata o Santo a sua santidade,

Cata a Santa o seu bem-querer

Cata o dono da casa, dignidade,

E manda o sino catar a valer.



Deseja-se que sopre o vento,

para a imagem poder rodar.

Que leve longe o tormento

para a felicidade ali morar.



Cá da terra, nas ruas idosas

existem belos cataventos.

Uns tornam as casas airosas,

ou afastam maus pensamentos.
  











“Cataventos”, acrílico sobre tela solta  Rosário Sousa

Nenhum comentário:

Postar um comentário