Mais um número na lista de
vítimas femininas neste ano sangrento, mais um rosto, mais uma vida, a que se
põe fim.
Pergunto-me porquê? Qual a razão
para cometer este ato hediondo? O que leva um ser humano a considerar que manda
no destino do outro e que tem o poder de acabar com ele?
É loucura? É ciúme? É o constatar da rude
solidão? É sentir que o outro não pode mais ser feliz, sem ele? O que é afinal?
O ser humano está-se a tornar possessivo,
agressivo, obstinado e criminoso?
A Ana é mais um rosto, um número
numa lista sangrenta.
A Ana era uma artista, uma trabalhadora, uma mãe, uma pessoa preciosa e estimada numa vila.
A Ana divorciou-se e isso não era
motivo para esta morte. Tinha direito a retomar a sua vida.
Revolto-me pela Ana e por todas
as mulheres que morrem, ou que são vítimas de violência. Não me culpem de ser
feminista, ou de defender o meu género. Defendo qualquer género no que se refere
à violência.
Não me culpem de pensar que está
na hora de quem manda alterar as leis de forma radical que, quem ouse pensar em
violentar ou matar alguém, reflita muitas vezes antes de o fazer.
Não me culpem se considero que,
quando há indícios de agressividade, seja verbal ou física, haja imediatamente
uma atuação, uma intervenção de técnicos especializados ou das autoridades,
para que casos como este, não aconteçam.
Há indícios nas publicações que
as pessoas colocam nas redes sociais. Devemos ignorar? NÃO!
Parece que somos todos cúmplices,
porque sabemos de situações e não apresentamos queixa, não procuramos ajuda
para quem sofre e vamos protelando essa ajuda que, quando chega, é tardia.
A Ana é mais um rosto belo,
sofrido, com marcas de muita tristeza. A Ana partiu e deixa uma família e uma
vila em luto. A Ana era uma mulher lutadora e não merecia ter este fim. Eu
conhecia a Ana há anos. A Ana era minha conhecida no mundo das artes.
Descansa em Paz, Ana!
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