segunda-feira, 18 de março de 2019

O vício dos Prémios Literários

 Resultado de imagem para concursos literáriosConfesso que sou um pouco viciada em Prémios ou Concursos Literários e, cada vez, que procuro no site da DGALB ou nos sites das Câmaras ou Bibliotecas Municipais, questiono-me de onde nasceu este vício. Sinceramente, meus caros, é a tentativa de um dia a "sorte" me sorrir. 
      Comecei em 2011 com o Prémio Literário Leya e ainda concorri a este prémio mais um ano, mas, daí em diante, é raro o ano que não concorra ou a romance, a conto, a poesia, a conto infantil ou juvenil, com o intuíto de tentar conseguir a oportunidade de ouro. Dizem os entendidos que vencer um prémio, não é garante de nada, nem de sucesso, mas que me perdoem, para mim seria, se acontecesse. 
      Ano após ano, prémio após prémio, recebo a desilusão e dou-me ao luxo de investir dezenas e dezenas de euros em impressões, capas, despesas de correio. Tal como eu, centenas de autores concorrem e, entre eles, autores consagrados, com obras publicadas pelas grandes editoras. Coincidência ou não, na maioria dos concursos literários, vencem. Aquilo que escrevem deve ter sempre boa qualidade que, o júri, atribui-lhes o prémio.
     Outra coisa que não entendo e, que me desculpem os autores brasileiros que têm mérito para vencer aqui em Portugal em alguns concursos, porque é que se eu quiser concorrer a um concurso literário brasileiro tenho que pagar? Compreendo que os autores participem em massa nos nossos concursos literários se são gratuitos, mas porque é que não posso fazer o mesmo em relação aos do país irmão? 
      Procurando concursos literários de lá deparo que a maioria se circunscreve aos nacionais e aqui aceitam-se autores cuja língua seja o português. 
        Ainda há outras modas que pegaram recentemente e que limitam imenso a participação de autores em prémios literários, a idade e o não terem obras publicadas no género. São vários os concursos que delimitam a participação até aos 35 anos, como se fosse a separação entre o jovem e o idoso. Questiono-me sobre a implicância e a pertinência desta idade no mundo editorial, e o que isto significa. Quererá significar que um autor de 36 ou mais, não será capaz de produzir trabalho criativo? Poderá isto significar que é mais justa a atribuição a um jovem autor? Ou que se pretende "sangue novo", e que, no fundo, é o mesmo que "não ter obras publicadas? 
        Apercebi-me que dois Grandes Prémios Literários nacionais tiveram que alterar o regulamento à pressa, pois corriam o risco de não ter participantes. Há até casos em que os prazos da receção de trabalhos se têm que alterar para se dar uma certa grandiosidade ao prémio, e não se cingir uma dezena de participantes. 
         É imenso o número de Concursos Literários e Prémios para obras literárias publicadas, com grande incidência na Poesia. Também me questiono qual a razão de se atribuir milhares de euros a autores de obras já publicadas. Na verdade, nunca os direitos de autor alcançarão tais verbas, mas verificamos a lista de concursos em certas alturas do ano, onde metade ou mais é dedicada à poesia, ou a obras publicadas... Evidentemente que neste leque, uma obra publicada em edição de autor ou por uma editora vanity, não terá a miníma hipotese, daí que eu esteja fora desta competição. Não adianta mesmo enviar 4 ou 5 exemplares que vão ser postos automaticamente de parte. 
        Enfim, o que me move a concorrer de vez em quando, não é pelo prémio chorudo em dinheiro, mas pela vontade que tenho em tentar que seja uma das vencedoras de um Prémio Literário. Esta é uma Missão Impossível, porque julgo haver algo estranho na atribuição de alguns prémios, mas enquanto se mantém a esperança, não acabarei com este vício.
       

Um comentário:

  1. É tudo isso, tal como disse. Autores de pequenas editoras não tem qualquer hipótese e sabe que mais? Nem sequer são lidos.

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