À hora de almoço, num programa de grande audiência, assisti a mais uma história real e infeliz da nossa sociedade atual, na rubrica criminal.
Atendendo ao aspeto marcante desta história ser horrivelmente macabra e horrenda, salientou-se, com bastante reforço, tratar-se de um professor do 1º ciclo, em Leiria. Não um homem qualquer - um professor. Sabendo que esta insistência acaba por provocar sentimentos de repulsa, pela profissão que desempenha, e até provoca o medo ou pânico nos pais, que, todos os dias, deixam os seus filhos entregues a um professor, salientou-se que, este homem de 37 anos, havia violentado e violado a sua enteada, com menos de 14 anos, durante dois anos.
O repórter, defronte a um estabelecimento prisional, contou com insistência toda a história e, para além de se referir ao facto de que o criminoso estaria isolado na ala feminina da prisão, fechada há anos, para evitar o linchamento da parte dos outros presos, para sua salvaguarda.
O que me traz aqui é um facto que ele explorou, digno de toda a preocupação, relativamente ao facto de o criminoso ser eventualmente libertado, depois de ouvido, com pulseira eletrónica e termo de residência, e ir requerer voltar ao trabalho, ou seja, a lecionar na sua escola e aos seus alunos do primeiro ciclo. Conjeturava o repórter que, a escola do professor, não teria legislação para se opor ao seu regresso. E ele estaria em contacto com as crianças. Insistiu naquele aspeto, afirmando que nem aquela escola, nem nenhuma teria legislação, perante uma situação crítica como aquela, de obrigar um professor a não regressar ao trabalho. Até consigo adivinhar os que os pais farão perante tal notícia.
Caros leitores, parece-me haver aqui uma certa falta de informação. Sim, há um mecanismo legal. Todos os anos, nós, os professores e os funcionários que trabalham com menores, têm que obrigatoriamente solicitar e/ ou entregar um documento nas suas escolas e/ ou agrupamentos diretamente dos serviços competentes da lei, dando conta que não há registos de crimes. Ora havendo um registo, que não está limpo, julgo que o professor, educador, assistente, ou funcionário de qualquer outra função, ficará automaticamente impedido ou condicionado a trabalhar com crianças ou jovens, ou não é assim?
Se assim não for, para que é que serve este documento oficial e importante, que todos nós entregamos no início do ano letivo?
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