segunda-feira, 1 de abril de 2019

Partilhas saudáveis entre escritores

Ao longo destes anos têm sido diversas as experiências que partilhei com colegas escritores. Normalmente ocorrem em Feiras do Livro, que cruzamos, por este país. É bom saber que aprendem connosco, mas que também aprendemos imenso com eles. 
Desta vez, na Feira do Livro de Leiria, não foi exceção. Juntaram-se ali autores de diferentes idades, de diferentes editoras e tivemos oportunidade de saber que todos partilhamos mais ou menos as mesmas ansiedades, lutas, o mesmo prazer gratuito e voluntário de entrega a uma causa, projetando o que escrevemos para o nosso público. 
Fiquei particularmente encantada com os meus colegas estreantes, ainda novatos nestas andanças, que absorveram as nossas ideias e as acolheram com agrado. 
Editoras à parte, que, nestas partilhas e experiências conjuntas, não devem existir querelas, nem guerras de quem vende mais ou melhor, julgo que todos conseguimos verdadeiramente algumas vitórias - a construção de laços, a aprendizagem para uma caminhada mais firme e segura e algumas estratégias de marketing e promoção para alcançar e motivar o público leitor.
Naquele lugar, na nossa mesa de autógrafos, ninguém esteve a espreitar quem vendeu mais ou se encheu de inveja por um vender e o outro não. Todos desempenhamos o nosso papel de dar a conhecer os nossos livros. E estavam ali representados vários géneros literários: a poesia, o conto infantil, a ficção, o romance histórico e o thriller. Havia todo um leque diversificado e um leque de autores, de olhos vivos e brilhantes, com um sorriso, pleno de esperança. 
Pensando bem, entramos nestas atividades ou eventos, por amor à camisola, acreditando no futuro, na nossa vocação e  no poder que temos em nos tornarmos visíveis. Tornamos estes eventos em convívios de partilhas saudáveis e positivas. Acreditamos igualmente que os leitores um dia nos darão crédito, acompanhando tudo o que escrevemos como bom e de qualidade. 
Ficou-me na memória ainda uma história do cicerone do painel de autores presentes… e que nos deu ainda mais força para continuar...Segundo ele, há mais de uma dezena de anos, havia recebido na Feira do Livro, localizada noutro espaço da cidade, um autor desconhecido, tal como nós, para uma sessão de autógrafos: José Luís Peixoto. 
Esta é a mensagem que resta - da semente que plantamos hoje, pode crescer uma bela e frondosa árvore, que dará frutos suculentos.


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