domingo, 7 de abril de 2019

Quando se quer muito um livro...

Há uns meses partilhei com uma jovem empregada de um hipermercado que adoraria que o meu livro estivesse lá à venda. Fez menção de o querer adquirir e disse-lhe onde o podia encontrar. 
Naquela altura estava prevista a minha ida à Feira do Livro de uma cidade vizinha, e, como a jovem era da região, informei-a do evento, convidando-a a aparecer por lá. Não pode, mas, assim que me viu novamente no hipermercado, pediu-me desculpas por não ter aparecido. 
Meses passaram e hoje, ao fim da tarde, dirigi-me ao hipermercado e quem me veio atender - a jovem. Riu, cumprimentou-me e disse-me:
 - Já tenho o seu livro e estou a lê-lo. Estou a gostar muito. Olhe, devia escrever outro como este. 
Confessou-me que não tinha sido fácil encontrar. Não o conseguira encontrar em Torres Novas, como eu lhe tinha indicado. Tinha-o comprado bem longe, em Barcelos, numa Feira do Livro. Tinha uma irmã a morar lá e, como a tinha ido visitar, andaram as duas entretidas à procura do livro e lá o acharam. 
Fiquei incrédula com a persistência da jovem, que, em vez de recorrer a uma WOOK, ou Bertrand, ou ao site da editora, preferiu procurar o livro, como a maioria dos leitores preferem, ao seu alcance, à sua disposição para o poderem folhear. 
Por um lado significava que não desistira de procurar o meu livro. O livro afinal existia no país, no norte de Portugal. Lamentavelmente não existia na localidade onde a história, o contexto dizia respeito. 
Agradeci a atenção, o carinho daquela leitora jovem, que me confessou estar a adorar o livro, ela que não gostava de ler, mas aquele livro estava a prendê-la. 
De seguida refleti sobre a importância de se querer muito um livro, porque quando se quer muito, mas muito, tenta-se adquiri-lo a todo o custo. Nem que se vá buscar a muitos quilómetros de casa.
Antes deste encontro a minha mãe havia-me contado que uma antiga vizinha minha lhe tinha perguntado onde podia comprar o meu livro e ela deu-lhe as mesmas indicações - livrarias de Torres Novas. 
Espero que o encontre. Acredito que se não o encontrar, não vá ter a mesma vontade e persistência daquela jovem. Sabem o que acontece aos leitores que pretendem um livro e não o encontram? Esquecem rapidamente esse livro. 
Este é o meu receio.

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