terça-feira, 31 de março de 2020

Ler um livro faz-lhe bem

    Um livro é sempre uma boa companhia e, neste tempo de recolhimento social, ter à mão um bom livro, que o prenda do início ao fim, que o anime e que lhe agrade, far-lhe-á bem à saúde. Ativar sentimentos, através da leitura, predispõe-o/ a para encarar a vida com um maior otimismo. 
    Por norma, quando estou num processo inspirador e criativo, não leio. Ocupo o meu tempo a criar, a produzir, a consertar ideias, projetos, seja para organizar uma nova narrativa, seja para investir na dinâmica da divulgação das minhas últimas publicações.
       Neste estado de emergência quase à escala mundial por causa de um vírus mortal, aparentemente parece que o mundo quase desabou para escritores como eu, que não tiveram a oportunidade sequer de apresentar o seu novo livro. Mas não é bem assim. Aqui estou eu a usar o meu blogue. 
     Há sempre formas de nos ocuparmos e fazermos a divulgação. Alguns escritores dedicam-se a outras formas de divulgação e tornam-se conhecidos através das redes sociais, criando grupos de visualização, recorrendo ao Skype, e outras maneiras de criar e gerar seguidores. Leem para quem prefere escutar e isso é fantástico, porque, deste modo, mantêm-se no ativo.
      Se lê ou escuta leituras, continue que lhe fará bem. Verá como o seu estado emocional se altera completamente. 
       Boas leituras ou boas audições/ visualizações.
       E já que aqui estou, não posso deixar de lhe sugerir o meu "brand-new book" - "As lágrimas do salvador", que pode encontrar no site da Chiado Books, na WOOK, na FNAC e no site da editora Travessa, em São Paulo, existindo igualmente em formato e-book. Espreite-o e, se possível, partilhe comigo a sua opinião sobre ele. É disso que nós vivemos e nos suportamos. Por incrível que vos pareça, é, por e para vós, que existimos e que criamos novas obras. Não é forma de sustento, mas de alimento da nossa alma criativa.
       Boas leituras!

quinta-feira, 19 de março de 2020

Mudou tanto a sua vida!

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A sua vida mudou imenso em tão poucos dias... mas já parou para pensar? Mudou, porque tinha que mudar. Nem tudo é assim tão mau como parece. Estar em casa, mesmo que para salvaguardar a vida e a saúde dos seus familiares e a sua, tem bastantes benefícios. Tem que ser otimista. 
    Quantas vezes, na sua vida, desejou ter mais tempo para os seus. Agora tem tempo de sobra. Resta-lhe todo o tempo que sempre ambicionou. Nada o impede de usufruir da sua família e, principalmente, do seu bem-estar. 
     Não precisa levantar-se tão cedo, nem ter a preocupação constante de cumprir horários; não correr esbaforido para deixar as crianças na escola; não tem que fazer os lanchinhos das crianças; não necessita preocupar-se com a rotina dos seus filhos na escola; não tem que pensar antecipadamente onde vai almoçar no dia seguinte; não se esgota com tanto trabalho ou se aborrece com a azáfama de seus afazeres no local onde trabalha; não dirige a correr para deixar as crianças, no futebol, no ballet, etc.; não chega estoirado a casa depois de um dia arrasador e numa correria para chegar a horas à escola para ir buscar o seu filho e ainda tem que fazer o jantar, dar-lhe banho, dar uma olhadela aos trabalhos de casa, metê-lo na cama e atirar-se para a sua arrasado. Ao fim de semana não tem que andar feito um badalo, a levar o seu filho para atividades, escuteiros, catequese, igreja, avós, compras, etc. 
      Agora tem todos os seus ao seu lado no seu mundo-casa. Tem tudo o que desejou, mesmo "preso" ou confinado ao seu lar, o seu refúgio seguro para evitar o contágio. Tem que inventar uma nova vida para si e para os seus. De repente, o mundo global e social, onde vivia, transformou-se num abrigo protetor, um centro ou uma agência de saúde. E resta tempo para trabalhar, conforme quer e pode. Resta-lhe tempo para voltar a aprender como é uma família mais tradicional, para transmitir aos seus filhos o valor das coisas, os valores humanos. Resta tempo para lhes ensinar aquilo que eles sempre recusaram aprender. 
     Haverá um momento que aquele vício enorme do seu filho jogar Playstation, se esgota, e, habituado a se isolar, vai-se cansar de tanto isolamento, quando vê os pais em casa a toda a hora. Ele vai querer entreter o seu tempo noutras coisas e é o momento de ter a coragem de lhas ensinar. Porque agora o professor é você, não só porque lhe cabe orientar trabalhos propostos pelos professores, mas ensiná-lo a entender a importância da vida e de saber fazer e estar preparado para a sua vida futura. 
    Como vê, de um momento para outro, tudo mudou, por via das circunstâncias bastante gravosas, mas o que interessa é que se mantenha firme, com coragem, sem cruzar os braços e, apesar de estar sitiado na sua casa, saiba aproveitar estes dias, talvez meses, a moldar a sua família, construindo-a ou reconstruindo-a, sorvendo cada momento para colocar todas as conversas e projetos em dia, sem se isolar, virado para o seu telemóvel ou computador. Há mil tarefas, mil coisas para se fazer e fazer a sua família feliz. Redescubra-se. 
     A vida mudou. A lição desta doença demoníaca vai ficar para a posteridade, como a doença que dizimou muitas pessoas, mas que salvou muitas mais. Salve-se e salve os seus. Seja o herói que o seu bairro, a sua cidade, o mundo, precisa de si. Seja feliz no seu lar com a sua família e aproveite o melhor que tem. Fique em casa pelo amor que tem aos seus e faça-os sentir que os ama acima de tudo. Isso é que é verdadeiramente importante. 

quarta-feira, 18 de março de 2020

Lançamento adiado, apoio desejado

     O estado alarmante de pandemia, causado pelo Novo Corona Vírus, foi a principal causa do adiamento da apresentação formal do meu novo romance "As lágrimas do salvador". Obviamente que seria uma loucura realizar o lançamento do livro na capital e sujeitar-me e aos presentes a uma sessão para nos autocontagiarmos. Esta opção, apesar de muito sofrida, teve igualmente em conta, a supressão e o encerramento de todas as Bibliotecas Municipais, onde tinha sessões programadas. De que valeria fazer um lançamento se depois não iria divulgar o livro junto do público leitor. 
     Assim ficará tudo em suspenso. Os objetivos, os projetos, os sonhos, um empenho imenso por tentar colocar o meu livro no mercado literário português, o investimento em mim.
  Muitos colegas autores estarão exatamente na mesma situação do que eu, e, diria, alguns, numa situação bem pior. Eu não me sustento de livros. Confesso que morreria à fome. Nem daria para comprar pão diariamente. Mas existem muitos autores que dependem exclusivamente da promoção de sessões de autógrafos, de apresentações, de conferências, de sessões de escrita criativa, que não podem levar a cabo, neste momento. Existem autores, que não têm outra forma de vida e, perante a calamidade nacional, todos os seus eventos cancelados. 
    Então, perante esta situação dramática o que tenho tentado fazer. Utilizar as redes sociais, os grupos, qualquer meio para divulgar o meu romance. Infelizmente não são tão eficazes, quanto desejaria. Nem a publicação de um belo Booktrailer induziu visualizações, nem a criação de um canal no Youtube para divulgação do livro. 

    Nesta altura, as pessoas querem sobreviver e tentar não ficar infetadas, e ligam pouco a livros, mesmo que tenham tempo e os possam adquirir em forma de e-book e lê-los digital e confortavelmente. Perante isto, fica uma enorme desilusão, sentida por quem investe tudo na projeção pública de um livro. 
    Ainda assim, tentamos publicar e publicar, dar a conhecer motes condutores do nosso romance, arranjar frases e textos sugestivos, sugeri-lo a críticos literários, para que haja opiniões sobre a análise feita ao livro. E, nesse percurso, sujeitamo-nos a receber negativas, a receber recusas por termos escolhido esta ou aquela edição. 
    Meus caros leitores, o importante é a vida, a nossa saúde. Haverá tempo de usufruirmos de contactos com os leitores, quando a borrasca viral passar.
   Porém, terei que deixar aqui alguns recados para alguns críticos literários, ou sites de análise, de reflexão e de opinião de obras literárias. Agora têm muito tempo para a Vossa seleção criteriosa e o mais diversificada possível de obras. Não estamos propriamente em tempos de sermos críticos e mordazes em relação ao trabalho, à obra dos outros e entrarmos em esquemas de predileção deste ou daquele autor, deste ou daquele género literário, deste ou daquele grupo editorial, ou desta ou daquela editora. Precisamos uns dos outros para sobreviver neste mundo editorial e fazer escolhas, baseadas em "amizades" ou "simpatias", será péssimo. O critério deveria sempre ir de encontro à descoberta do autor, e, porque não de um novo autor, para lhe dar a oportunidade que necessita, e não seguir fielmente aqueles que já têm nome, já têm um público definido, uma editora gigantesca que os ampara e protege, e os coloca imediatamente nos tops de venda online. 
    Por mim, tudo farei para tornar visível o meu livro, sem apresentações, sem uma máquina enorme de marketing e de publicidade, que me projete para o sucesso, mas, tentando manter a saúde que preciso neste momento.
    Tente espreitar "As lágrimas do salvador" no site da Chiado Books, na Wook, na FNAC. Tente acolher as mensagens e os valores humanos, que transmite. O exemplo de um homem perante as dificuldades da vida. Certamente não se irá arrepender.  

domingo, 15 de março de 2020

A quarentena começa àmanhã!?

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     Numa passagem por um supermercado para comprar o essencial, detive-me a observar os comportamentos das pessoas, que deviam estar informadas sobre as medidas de segurança e higiene a tomar para evitar o contágio pelo Novo Corona Vírus. 
     Grande parte da informação veiculada nos nossos meios de comunicação é dedicada a esta pandemia, mas, ainda assim, as pessoas que vi pelo supermercado, deverão pensar que o contágio só acontece aos outros. 
   Confesso que andei em ziguezague para respeitar distâncias. Tive que levantar as portas das arcas frigoríficas com as mangas. Tive que estar a um ou dois metros na fila da caixa de pagamento, apesar de não haver muita gente.
    Mas, no meu percurso rápido, escutei algumas barbaridades e vi outras sem razão de ser, porque, supostamente estão todos informados. Desde as luvas que aposto estarem nas mãos das funcionárias durante todo o dia, porque, por exemplo, mexem em dinheiro, e que, afinal, poderão elas mesmas contaminar os outros. Os vidros das arcas repletos de marcas de dedos. Gente e mais gente na área do talho, sem respeitar as medidas de segurança. Idosos e idosos, apesar das recomendações para ficarem em casa, a fazerem compras. Famílias inteiras, com filhos pequenos, que deveriam respeitar o recolhimento responsável. Outras pessoas que andavam atrás dos pequenos de tenra idade, vigiando-os, mas permitindo que tocassem em tudo e suplicassem tudo o que queriam. 
     Escutei conversas e meti-me noutras, porque não consegui ficar calada. Frases ao telemóvel como estas: "Eh pá! Amanhã, já sabes, tens que ficar em casa, que é a quarentena e é proibido sair. Tu vê lá, que pagas uma valente multa!" Como se essa responsabilidade civil, de todos nós, tivesse dia, hora marcada. Tivesse que ser controlada por qualquer autoridade, que não a nossa própria consciência. Como se o vírus fosse sair à rua àmanhã e fosse obrigatório estar preso em casa e as precauções e cautelas de qualquer um de nós tivesse um momento marcado para acontecer. 
     Outras pessoas diziam que iam ficar em casa a fazer limpezas, dormir, ler livros, brincar com os miúdos, etc., que havia muita coisa para fazer. Outras ainda diziam que tinham os pais doentes, que era só uma constipação, mas que não iam deixar os miúdos lá, porque era perigoso. Tudo bem. Certo! Mas tudo isto, porque as escolas estavam fechadas. Remeti a minha reflexão para a importância da escola na vida das crianças e dos pais. 
    Meus caros, a quarentena não começa àmanhã, o recolhimento sim! Todos os contactos sociais de risco são de evitar. Há muito que as regras e sugestões dos responsáveis pela saúde, têm vindo a público, mas julgo que só muito recentemente nos apercebemos da sua dimensão, quando vimos o cerco a apertar, os casos a aparecer no nosso país, os nossos países vizinhos a registar casos de tragédia nacional. Enfim, quando compreendemos que as autoridades queriam salvaguardar as nossas crianças e o contacto delas com os profissionais de ensino. A escola como um foco possível de contágio, por envolver milhões. Quando nos apercebemos que este mundo global, afinal, fica ao nosso lado, perto de nós, e como viajamos, trabalhamos lá fora ou partilhamos o nosso dia a dia com pessoas estrangeiras, em negócios e contactos comerciais ou pessoais, era fácil o contágio e a propagação do vírus. 
       Talvez seja o momento de aproveitarmos a vida em família, no cantinho do nosso lar. Talvez seja o momento de aprender a importância de estarmos em família, centrados nela, para além de, com o nosso recolhimento, possamos respeitar a vida dos outros. Teremos que ser inventores de estratégias para acalmar o stress dos pequenos por estarem fechados e o nosso para evitarmos que o bicharoco alcance o nosso seio familiar. Teremos que ser guerreiros no travar desta luta.  
    A quarentena pode ser decretada ou até as fronteiras serem fechadas, mas isso não irá impedir que a doença nos bata à porta, de uma forma silenciosa. Espalhou-se tão rapidamente que poucos pensariam, há uns meses, que um vírus pudesse dominar e atravessar o mundo e dizimar parte dos seus habitantes num cenário de qualquer filme aterrador. 
     Ficará a lição que o ser humano ainda não descobriu, nem sabe tudo. 
      Ficará a lição de que precisamos uns dos outros para nos salvar. 
   Ficará a lição de que a família, a saúde são mais importantes do que qualquer poder ou sucesso pessoal. 
        Ficará a lição que desta experiência restará a recessão do mundo perante a calamidade humana causada por este vírus. 
       Ficará a lição que as tradições gastronómicas de um povo podem condenar a humanidade e que talvez seja necessário alterá-las ou mesmo proíbi-las para que não voltem a originar acontecimentos a escala mundial como este.  
     Ficará a lição, para uma potência em crescimento mundial que, talvez, devam simbolicamente um pedido de desculpa ao mundo, porque, com as suas tradições gastronómicas, culturais e formas de estar na vida, afetaram imenso o seu país e os países do mundo. 
      A quarentena não começa àmanhã. A quarentena pessoal e familiar devia ter começado há muito tempo, mas existem muitos que continuam a agir como isto fosse uma brincadeira e o seu egoísmo é tal que, nem se dão ao trabalho de ser humildes e solidários com os outros, respeitando as normas de higiene e segurança propostas.
         Seja responsável, àmanhã pode ser tarde demais, para colocar um travão, o mais depressa possível, no avanço desta tragédia mundial.