O sonho de ser escritora esteve oculto em mim até ao momento em que publico o meu segundo livro. De facto foi com a publicação de Histórias Sem Idade (2011, Chiado Editora), livro apresentado na FNAC Vasco da Gama por duas crianças, que senti verdadeiramente que talvez tivesse jeito para a escrita e para me projetar para o público, com apresentações e dinamização dos meus contos.
Durante três anos dediquei-me a promover e a divulgar os contos daquela coletânea em Bibliotecas Municipais, em escolas do 1º, 2º e 3ºs ciclos, centradas essencialmente no Ribatejo e na região de Leiria, em escolas de ensino e recuperação infantil e juvenil, em Feiras do Livro, em instituições, tais como, Bombeiros Voluntários e lares de terceira idade, etc.
Em três anos levei os meus dez contos a crianças de tenra idade e a idosos de avançada idade, que acolheram muito bem a forma como interagi com eles e os mimei com surpresas, abraços e risos.
Fui presenteada e surpreendida com atuações e representações dos meus contos, com apresentações em PowerPoint feitas pelos alunos, com leitura dos contos, com momentos musicais preparados para me receber, com flores, com livros locais, troféus, com diplomas que conservo de todos os lugares por onde passei.
Foi uma digressão tão emocionante e exaustiva, que conseguiu perdurar até hoje, ou seja, ainda em novembro de 2018, volvidos sete anos da publicação desta coletânea, produzi atividades para os mais pequenos, que se deliciaram com os contos.
Por isso, meus caros, julgo que foi em 2011 que comecei a sentir que me tinha que dedicar a este hobby. No culminar da primeira fase da digressão, consegui dar continuidade a este prazer de escrever e publicar o meu primeiro romance juvenil Salvador e a Talha da Felicidade (2014, Ed. Vieira da Silva), e aproveitar os conhecimentos que adquiri com o livro anterior e passar praticamente pelos mesmos locais onde havia estado.
O sonho tem-se mantido intacto e após seis livros publicados, dois num só ano, posso ter envelhecido e esgotado a energia de uma réstia de juventude que tinha, mas tento não parar de escrever, pois é o meu escape, o meu refúgio.
Tenho conservado boas relações com o público pelos locais onde apresento e, talvez deixe, uma ténue lembrança de mim, e vou aprofundando os contactos. Na maioria das vezes sou eu que faço o marketing e a divulgação dos eventos, porque quero continuar a concretizar este sonho. Sou teimosa, persistente e empenhada na minha missão.
Portanto, falta somente uma oportunidade maior para conseguir ir mais além.
Por enquanto deixem-me voar nas asas da imaginação como a menina que voava sem asas.
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