Hoje de manhã prestei particular atenção a um dos momentos de "crime, disse ela!" na televisão e aos comentários sobre um caso.
Um homem, embriagado, com especial queda para a pedofilia, já tendo estado preso anteriormente, havia raptado de um parquezinho de diversões, durante doze horas uma criança de sete anos, que violou pelo menos duas vezes, deixando-a depois abandonada.
Sobre este crime hediondo, foram tecidas várias opiniões e críticas à atuação do criminoso, que acabou por relatar às autoridades da tendência dele, da fixação em crianças pequenas.
A moderadora estava escandalizada com a situação da menina e da forma como iria ser apoiada, ou se seria apoiada pelo estado, já que o próprio estado libertara antecipadamente aquele homem sem o tratar, e agora seriam os pais a suportar o problema e os gastos no tratamento psicológico da menina.
Mas eu pergunto: porque é que aquela criança, de tenra idade, estava sozinha num parque? Isto também não é caso de negligência?
Pego neste caso, porque vivo numa vila mais ou menos pacata e fico incrédula com a despreocupação de alguns pais que deixam os filhos libertos, por conta deles, no jardim, pelas ruas da vila, ou os deixam vir sozinhos da escola para casa, com idades tão tenras. Pretendem dar-lhes autonomia, liberdade, mas colocam a sua segurança em causa, como no caso deste rapto e violação.
Aprofundando ainda aquele caso, é minha opinião que aquela criança não deveria estar a brincar sozinha num parque, mesmo que numa urbanização, sem a supervisão de um adulto. Até os adultos correm riscos e são adultos.
Digam-me sinceramente, mesmo que a criança tivesse o discernimento, quando atacada, de gritar, fugir do agressor, não falar com aquele estranho, pegar num telemóvel e ligar a um familiar quando se sentiu em perigo, de que é que isso valia, ali, naquele momento, se o adulto não estava perto dela para lhe dar proteção?
Continuo a considerar que estão a ser dadas responsabilidades aos pequeninos, como se fossem grandes. Como se pensa que são ágeis e muito aptos e desenrascados, julga-se que basta isso para se tornarem maduros precocemente.
Deixo as minhas reflexões sobre este caso, que me transtornou, obviamente como mãe, mas, vão-me perdoar, atribuo aqui alguma responsabilidade a quem também favorece o criminoso a agir, aproveitando as oportunidades. Se o indivíduo estava embriagado, estivesse a criança com a companhia de um adulto, provavelmente, não ousaria sequer aproximar-se.
Uma coisa é certa, aquela criança tão pequena, nunca mais será a mesma.
Iremos a tempo de evitar que aconteçam casos semelhantes noutras situações, em que a criança ou o adolescente é deixado por sua conta, com a sua segurança em risco?
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