sábado, 23 de fevereiro de 2019

Suicídio de duas jovens mães

O suicídio é um tema muito sensível. Como considero que está a assumir proporções elevadas há que abordá-lo e estar atento aos sinais para podermos ajudar.
Há uns dias duas mães jovens cometeram suicídio, num raio de menos de dez quilómetros de distância. Cada uma delas terá tido os seus motivos, mas ambas viveram a tristeza, o abandono, quiçá o desespero de um amor perdido, de uma vida destroçada.
Constata-se que, hoje em dia, as pessoas estão com pouca resistência para enfrentar o insucesso, o fracasso, o abandono, a perda, a traição. Há pessoas que entram facilmente em desespero, numa melancolia profunda, que acabam por as levar ao stress, ao esgotamento emocional e a tendências suicidas. Primeiro, chamam à atenção, ameaçando suicidar-se e, infelizmente, a maioria tenta. Outras premeditam a sua morte e tomadas pela dor e pela falta de esperança, não vendo saída para os seus problemas, nem pensam na dor que causarão aos outros, à família. Simplesmente, porque essas pessoas já nem pensam nelas próprias. Deixam de ter objetivos e veem como única meta a morte.
Caros leitores, dói tanto saber que estas pessoas deram sinais que estavam em desespero, perdidas, falando inclusivé em morte, publicando posts de lamentos e tristeza, e que ninguém pode ajudar. 
Dói ainda mais quando, no final do ato consumado, e da confirmação do óbito, sabemos que há crianças, que ficam igual e irremediavelmente perdidas, sós, entregues a um destino muito incerto. 
Perguntamo-nos porquê? Perguntamo-nos, porque é que um coração de uma mãe, mesmo que desesperado, não sente os filhos, nesse momento? Perguntamo-nos porque é que um amor fracassado, que deixou a vida dessa mulher arrasada, é o motivo para tal ato? Porque é que um amor, mesmo que cego, prevalece ao amor de mãe de duas ou três crianças?
Alguns de vós pensarão... cada um sabe de si; cada uma destas mães sabia o que sentia ou sofria; cada uma destas mães tinha as suas vivências traumáticas que as levou a um ato tresloucado de sofrimento e a atentar contra a sua vida. 
Não conseguimos ser objetivos, frios e indiferentes com o que resta da história destas mães - os filhos. Julgo que ninguém consegue, quando há crianças de tenra idade. Não nos podemos considerar super-heroís ou tão valentes, que, perante uma tragédia, um abalo grande na vida, não tivéssemos pensado no mesmo, mas felizmente, há amigos, filhos, familiares. Talvez estas jovens mulheres não tivessem sido suficientemente ajudadas, ou talvez não deixassem que as apoiassem. 
O que era desespero e perdição de uma mãe transforma-se em perdição das crianças. Podem ser pequenos, mas sentem e ficam marcados para sempre. Por muito amor que possam vir a ter do pai e de outros familiares, a recordação da mãe permanece.
Se conhece alguém que está constantemente a falar em morte e suicídio, tente ajudar. Faça-o/a acreditar que a vida é importante demais para ser arrancada assim de maneira tão trágica.



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