Já fui livre neste país pequeno e verdejante.
Já voei alada e feliz pela verdadeira liberdade.
Quando o Abril chegou com o cravo empolgante,
tingi-me de vermelho como as tropas pela cidade.
Já fui libertina, sem qualquer réstia de medo.
Nunca dei atenção à voz dos acutilantes tiranos.
Receio agora o monstro corrupto em segredo,
que domina cruel pelo globo nestes meus anos.
Já fui livre. Não sei se sou neste torpe universo,
quando assisto à impiedade fria da rude matança,
onde o Homem se mostra como um animal perverso.
Já fui livre. Não sei se ainda tenho essa confiança.
Se ser livre é viver num mundo descrente e adverso,
o que me resta dele é uma
tão ínfima esperança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário