domingo, 23 de junho de 2019

Depois da Feira do Livro procura-se o sonho

   
    Confesso que tenho várias ideias e projetos que aguardo concretizar porque, apesar de me apetecer fechar o ciclo "Trilho", na verdade, não consigo. Há imensas ações que ainda posso desenvolver e sinto que este ciclo fica incompleto quando não chegou devidamente ao público a quem foi destinado, a quem dediquei o romance. Ainda espero o prometido e-book. Espero outras oportunidades de atividades e outras Feiras do Livro. Ainda espero pacientemente a divulgação que devia seguir a Feira do Livro de Lisboa, que vá um pouco mais além deste evento.
    Invisto seriamente naquilo a que me entrego e fico desiludida quando a minha entrega não corresponde ao esforço da parte que havia de estar interessada em caminhar ao meu lado, pegar no interesse despertado pelo meu livro e levá-lo a outras instâncias, para outro patamar. Detesto "morrer na praia", desculpem a expressão e as analogias, mas quando o vento está a favor, não interessa apanhar a onda para fazer uma bela exibição, um excelente progresso? É simplesmente lamentável.
   Os leitores esperam mais. O público aguarda a próxima sessão, outro lugar onde possa comprar livros e contactar pessoalmente com a escritora, mas, ela sente-se impotente para marcar e impulsionar atividades, porque lhe faltam os recursos materiais, os livros. 
    Caros amigos leitores, há passos que damos que são relevantes numa carreira, mas garantidamente precisamos do apoio de quem nos deu a mão inicialmente e, sem ele, tudo é em vão. Há passos que damos que, de certeza forma, nos fazem pensar no arrependimento. Há passos que damos que nos fazem reféns de estratégias, esquemas, diferenças, que não fazem qualquer sentido. 
    Após a Feira do Livro de Lisboa procuro dar asas a um sonho, com alguma ambição. Há que ter ambição para continuar, doutra forma ficaria à espera que a sorte me viesse ter às mãos. Não vem, estou certa que não, sou eu que a ando a construir contra todas as barreiras que me colocam à frente. Ainda assim não desisto e declaro-me vencedora em nome daqueles que acredito que tenho algum valor.  
    
   

terça-feira, 18 de junho de 2019

Exige-se maturidade ou não?

    Haverá idade adequada para escrever, publicar e concorrer a concursos ou prémios literários?
       Perguntas como esta tem-me ocorrido frequentemente depois de algumas experiências pessoais nesta vida de escritora. 
     Entrar no mercado editorial dos grandes grupos de editoras é como ganhar a sorte grande, ou seja, raramente acontece, mas ser exigida juventude e o primeiro livro em alguns dos concursos e prémios literários nacionais também é um contradição. Se, por um lado, as editoras exigem maturidade, um caminho percorrido no mundo da literatura com projetos literários e mostras dadas de se ser uma pessoa empenhada com blogues, sites, etc., uma escrita definida, cuidada com caraterísticas atrativas para o público leitor, por outro lado, a maior parte dos concursos ou prémios literários nacionais exigem que os escritores tenham até 35 anos de idade, ou ainda menos. 
Desculpem, mas considero isto um perfeito disparate e, acreditem, que não o afirmo, por me sentir excluída destes concursos. Esta cláusula recente em alguns prémios literários está a dar relevo aos novos autores, para que os afamados conhecidos não concorram, e, com toda a certeza, será muito difícil que o autor vencedor consiga escrever um novo livro com a qualidade do que venceu, ou seja, fazer carreira ou dar lucros à editora, que publique o livro, mesmo que tenha na capa do livro a designação de "Vencedor do prémio X".
     Afinal qual é o critério mais válido? A qualidade literária da obra a concurso ou a idade do escritor jovem,  desconhecido e inexperiente?
    Se esse jovem enviar a sua obra para uma editora de um grande grupo editorial, não obterá qualquer tipo de resposta, ou ser-lhe-á enviada a resposta de sempre, numa forma delicada de recusar a proposta de edição. Ninguém irá ler uma obra ou a sinopse dela, de um autor que não tem nada no seu percurso literário, ou que publicou essencialmente os seus livros numa vanity. Registo com a minha voz da experiência. 
      Deixo aqui o meu alerta para quem elabora e regulamenta os prémios e os concursos literários e permite que apenas concorram jovens ou jovens-adultos, que é um risco enorme. A obra vencedora desses jovens sai, tendo o seu período de euforia e de vendas e depois faltam as ações formativas, a experiência de estar com o público, de realizar conferências, sessões de autógrafos ou de apresentação. Depois solicita-se a esse jovem que produza uma nova obra para dar continuidade ao seu trabalho e, raramente, aparece com a qualidade exigida. 
         Acredito que haja editoras que dão valor à jovialidade, juventude e beleza dos seus autores, projetando a sua imagem em detrimento dos maduros, mas isso, à partida, não é sinónimo de qualidade, profissionalismo, empenho. Contudo acredito também que um grande grupo editorial, não queira apenas vender a imagem do autor, mas a qualidade da sua escrita para obter dividendos e uma boa imagem de si próprio. 

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Uma legião de amigos pró-cultura

    Há muito tempo que me apercebo que, nesta vida de artista, é preciso ser inteligente e um pouco interesseiro. Rodear-se de amigos ou conhecidos dentro do mesmo ramo e círculo literário ou cultural, da sua região ou de uma área mais ampla, próxima da capital, poderá ajudar imenso na sua ascensão, mesmo que saia, de um momento para o outro, do completo anonimato. Assistir a palestras, conferências, lançamentos das mais diversas áreas literárias e culturais, irá proporcionar-lhe acesso a esse tal círculo de artistas e pessoas visíveis culturalmente, que acabam por ser o passaporte para o seu próprio reconhecimento e fama. 
    Para tudo isto é preciso ter uma grande disponibilidade em termos de tempo, de predisposição e de motivação para entrar nesta forma ou neste jogo perspicaz de ganhar conhecimentos. É uma estratégia bastante produtiva e eficaz, que resulta quase sempre. 
     Na verdade, se seguir alguém, comparecendo com frequência aos seus eventos, conseguirá certamente ser seguido e apoiado. É igualmente assim que se consegue ter conhecimento dos passos a dar para se alcançarem objetivos com sucesso.
    Com frequência vejo publicações de pessoas que sistematicamente estão presentes em eventos para aparecerem nas fotografias, nas capas de revistas, nas páginas de jornais o que desdobram em comentários e desafazem elogios aos organizadores desses eventos. Constato igualmente que, quando são eles os angariadores de determinadas ações, facilmente conseguem encher auditórios e outros espaços, levando a cabo com toda a facilidade iniciativas, com bastante público, mas, quando vemos as fotografias do público presente, deparamos com as mesmas caras de sempre, não faltando as pessoas influentes no seu raio de ação.
    É assim que as peças encaixam e as coisas funcionam. Ninguém consegue encher as cadeiras vazias de um auditório, uma galeria, etc., se não tiver uma legião de amigos, ou de conhecidos que o acompanhe ou siga as suas publicações ou mensagens. Nenhum autor ou artista consegue tornar-se visível publicamente se não lutar por criar essa legião de amigos, mesmo que não sejam propriamente amigos, mas habituais presenças nesses eventos. Isto não significa que, pelo facto de ter centenas de pessoas presentes num auditório, numa exposição ou galeria, seja um escritor ou um artista de topo, com uma qualidade superior. Esse artista pode ser dotado de extrema qualidade ou simplesmente ser um sortudo, que se soube rodear das pessoas certas para evoluir e para encher espaços e vender o produto da sua arte. Mas o que isto verdadeiramente significa é que esse artista sabe semear e plantar, para depois colher. 
     

domingo, 16 de junho de 2019

E agora?

   
     A minha presença na Feira do Livro de Lisboa a 2 de junho último, com o meu romance histórico, com a venda do meu livro durante estas semanas no pavilhão da minha editora, garanto que me esforcei imenso daqui, a cento e tal quilómetros de distância. Esforcei-me muito por criar mensagens apelativas, por fazer o meu "marketing" via Messenger, via página de Facebook, contactos pessoais, etc.. Insisti nas fotografias do evento e de eventos relativos à Feira, partilhando muitas notícias relativas ao espaço e colocando "adoros" e "gostos" na página da minha editora. Tarefas que acabam por ser, na maioria das vezes, pouco produtivas e apelativas, desencadeando até algum enfado por parte dos leitores/ visitantes da página. 

   Em paralelo, e na reta final, o meu romance foi Livro do Dia, e, mais uma vez, insisti na divulgação desse facto. Arrancou em paralelo uma campanha de promoção de 30% de desconto sobre o meu livro adquirido online no site da editora na sua semana de aniversário. 
    E depois da Feira do Livro de Lisboa e desta promoção, qual é o futuro do meu romance? Que outras estratégias posso arranjar para o divulgar? Talvez, vá parar agora. Talvez não seja da minha competência orientar esse futuro. Não posso ficar presa a um romance para sempre, mesmo que seja o melhor até este momento, o maior trabalho que concebi entre 2010 e 2011. 
     Após este livro publiquei "A última tela" que acabou por ser quase aniquilado por este trabalho. Tive que tomar a decisão de continuar a promover o romance, e outra forma de agir não faria sentido. 
     Agora, caros leitores, o meu romance de época estará apenas disponível online no site da editora. Fico expetante face à próxima estratégia editorial e abraçá-la-ei caso exista. Para já despeço-me de "O Trilho da Rata Cega", com imensa pena, mas há um caminho novo a seguir e, talvez, numa outra área.  
    Vou saber esperar as oportunidades que me queiram dar, com a calma que me for possível. Também preciso dar tempo para que as coisas aconteçam.