sexta-feira, 4 de outubro de 2019

A exposição da violência trava a felicidade das pessoas

     Somos invadidos diariamente por notícias, provenientes de vários meios de comunicação, de uma violência tremenda, assustadoramente medonha, e é tão pouco racional, que nos fazem lembrar tempos primitivos em que o Homem não tinha a mínima noção do valor da vida, ou melhor, ou matava ou morria, fosse para se alimentar ou para sobreviver, sobrepondo-se por alguma posição social hierárquica.
      Alguns especialistas poderão antever que esta violência entre as pessoas se deve a este ou aquele fator, à realidade cultural ou social da pessoa que comete o crime, ao excesso de stress diário, e a outras situações como: a não aceitação da perda, da culpa, à solidão, à doença, etc. Verdade é que, cada vez mais, os crimes são mais horrendos e irracionais. As pessoas julgam que, ao cometê-los, passarão impunes ou à margem da lei, porque agem sem temer ser apanhadas, presas, mortas pelos agentes das autoridades. 
    O número de crimes de ordem sexual e de evasão do corpo de crianças ou de adultos aumentam cada vez mais na atualidade e o que é aflitivo entre membros da mesma família, ou dentro da família, como se as pessoas andassem louca e excessivamente carentes e sós, necessitando, por exemplo, de aceder à pornografia "barata" e "acessível" (infantil), naquele prazer hediondo de abusar de alguém mais frágil e submisso. É assim, mesmo que os chamados pedófilos supostamente devessem saber que podem ser "apanhados" em flagrante. Não temem, mesmo sabendo, que, quando em contexto de prisão são quase linchados lá dentro pelos colegas prisioneiros. 
     Também a exposição exagerada de violência, agressividade, de casos e casos reais, de não se esconderem da exposição visual os pormenores macabros dos crimes, as armas, as manchas de sangue, etc., de se pisar e repisar nos assuntos e situações dramáticas, acentuam e reforçam um pouco essa violência, tornando-a em algo banal. 
    Será importante discutir e analisar essas situações e alertar as pessoas para certos perigos, avisar o que fazer no caso de detetarem violência, por exemplo, doméstica, mas estar-se constantemente em busca de casos desses para ter audiências, exatamente à hora em que a família havia de estar sossegada a almoçar, é alarmante. Muita gente séria, honesta, de bem com a vida assiste a estes momentos televisivos ou vê as reportagens, mas há imensa gente com alguma instabilidade emocional, a viver dramas pessoais e familiares a ver tudo aquilo e, encontram ali "coragem" ou um "incentivo" para tomar decisões precipitadas. Sabemos que há pessoas sós, que "adoecem mentalmente" sem terem noção disso e são levados quase inconscientemente a entrar por caminhos que podem levar à prática de crimes.
     Vivemos atolados de imagens de violência e de crime por todo lado e, de tal forma isto é preocupante porque começamos logo por deixar as crianças expor-se bem cedo a essa violência. É vê-los felizes e excessivamente animados ou revoltados nos seus jogos de vídeo ou Playstation (que ainda não deviam ter permissão para jogar), falar com a mais rude das linguagens, com os mais violentos gestos, para com um monitor. E, na vida real, cá fora, na escola, reagem sem respeito a qualquer tipo de regras.  No futuro veremos o efeito de toda esta exposição assim tão acessível a crianças no desenvolvimento de certos tipos de comportamentos e atitudes.
     A exposição a tanta violência diariamente acaba por condicionar e influenciar a nossa felicidade, quer queiramos, quer não. Por muito que nos queiramos distanciar os casos eles entram nos nossos pensamentos e ocupam-nos tempo, tornando-nos mais melancólicos. 
      
     

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