terça-feira, 28 de janeiro de 2020

AS SESSÕES DE ESCRITA CRIATIVA

     
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      Promover ações de escrita criativa está na moda em escolas, em Bibliotecas Municipais, em livrarias ou em espaços dedicados à divulgação da literatura.     Desenvolvem-se atividades bastante interessantes que reativam o gosto e o prazer pela leitura e escrita, atiçar a criatividade, quer de crianças, jovens ou adultos. São normalmente bem acolhidas, se o promotor delas se revelar uma pessoa dinâmica, que desperte a curiosidade e que saiba principalmente cativar devidamente o seu público. Nas escolas, estas atividades são habitualmente gratuitas, noutros espaços, são pagas pelos interessados inscritos.
     Assistirmos a ações deste tipo enriquece-nos e estimula a nossa capacidade de criar, abre os nossos sentidos, escrevendo, envolvendo-nos, de tal forma na produção literária, a partir de pequenas pistas e coordenadas que o promotor delas nos vai fornecendo, que, quando nos apercebemos somos levados a entrar no mundo imaginário da escrita sem pensarmos que somos criadores e "inventores" de algo. 
     Observarmos alguém que leva a cabo estas sessões, e estando lá presente, mas escondendo  que somos escritores, e, simultaneamente, observar e avaliar a postura e o interesse de quem assiste a estas sessões, é extremamente estimulante. Ficamos extasiados com o poder da criatividade e da inspiração das crianças ou dos jovens, que, ainda com perspetivas muito originais e únicas, criam palavras, excertos ou textos com sentido e empenho (ainda que orientados pelo promotor dessas sessões). 
     O nosso olhar de escritores alcança imediatamente a intenção do formador, colocando-se no seu lugar e tendo inclusivé outras ideias, mas é automático, mecânico, manipulado pela experiência criativa e não, puro, simples e direto como, por exemplo, o das crianças. Produzem-se pequenos objetos de obra criativa, pequenos começos de inspiração, que darão certamente frutos na sua educação literária. 
     Quanto mais sugestivo e inspirador é o promotor de sessões de escrita criativa, maior será a predisposição do seu público para apreciar a criação literária. Acredito que alguns adultos que se inscrevem nestas ações pretendem aprender a escrever, a criar uma obra; outros pretendem aplicar os seus conhecimentos literários e outros ainda, pelo prazer que têm na leitura e escrita, pretendem enriquecer o seu currículo, ou o seu percurso na vida e educação literárias. 
      Seja qual for o motivo de se inscrever numa sessão ou oficina de escrita criativa, sairá certamente mais apto a desenvolver o seu sentido crítico, a sua expressão literária, o seu prazer pela leitura e pela escrita, a sua criatividade e a sua inspiração. 
     
      
      
    
       

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Um livro novo

Resultado de imagem para livro novo"Um escritor cria a sua obra, passando por todas as etapas e processos de concretização da mesma. Porém, julgo que só a sente verdadeiramente concluída, pronta para os leitores, quando recebe o primeiro exemplar e o admira atentamente. Vê-o em pormenor, folheando as páginas, sentindo o fruir das páginas e emocionando-se com a sua criação. Está ali o fruto do seu trabalho de dias e dias, de meses, que se consolida naquele livro.
          Depois começa a agitação e o frenesim para preparar a apresentação, de convidar pessoas para o lançamento, as sessões de autógrafos seguintes, a promoção e a divulgação do livro, a marcação em feiras do livro, a preparação de atividades para dinamizar esse livro, etc., etc. 
          Um livro deverá dar-lhe muito trabalho e é bom que dê, para que os leitores o adquiram e/ ou estejam presentes nos eventos que são promovidos. 
       O escritor sente-se cansado por não parar, mas prefere assim do que não ter atividades ou sessões marcadas. O fruto de todo o seu trabalho produz um efeito encantador nos leitores e ele vibra, mesmo que esgotado, sorrindo muito feliz por ter salas cheias de gente ávida de conhecimento, de aprender com as suas palavras escritas, com aquilo que quis transmitir com a sua narrativa.
       Um livro novo é, para um escritor, renascer ou reviver, ganhar um novo alento. Um livro novo significa continuar a sua obra, dar corda ao seu dom.