A
prova da bondade e da humildade das pessoas está nas suas ações. No caso da
tragédia de Moçambique temos conhecido imensos casos de entrega e de
solidariedade pelos outros, provando-nos que a Humanidade não está perdida e há
valores que permanecem intocáveis.
Não conseguimos ficar
indiferentes ao espírito de sacrifício que nos apresentam diariamente nos media
e, a maioria, chocam-nos, num misto de tristeza e lamento pela tragédia e de
alegria por constatarmos que o mundo está solidário. O mundo une-se e não se
rende a esforços para tentar minorar ou ajudar todas aquelas pessoas, que
ficaram sem nada.
Há
para mim, um ou outro caso que são a imagem do sofrimento e da tentativa de
evitar que os outros sofram ainda mais. Já ontem assisti a este caso, e hoje
desenvolveu-se mais a história, para se compreender a dimensão do altruísmo de
alguém.
No
desenrolar da tempestade quarenta homens lutaram para manter em cativeiro vinte
e seis mil crocodilos. Quarenta homens, arriscando a sua própria vida, lutaram
para a desgraça não ser maior. Quarenta homens deixaram a sua família entregue
à tragédia para zelar pelas famílias dos outros. Quarenta homens não
resguardaram as suas casas para suster um muro que traria aqueles milhares de
crocodilos para a liberdade. Quarenta homens perderam os seus familiares. Um
desses quarenta homens perdeu os seus quatro filhos, um deles com apenas dois
anos.
Um
patrão português, homem de negócios, chorava por aquelas perdas, por não poder
pagar a vida dos filhos do seu empregado. Dar-lhe-ia casa, dar-lhe-ia tudo, mas
nunca lhe poderia devolver os filhos.
Uma
história, entre outras, muito emocionante, que nos fazem pensar que há Homens
que se entregam a causas nobres pela vida dos outros, colocando a sua vida e a
das famílias em risco.
O que será deste homem sem família? O que será da consciência do patrão pelo sacrifício dele e dos outros? Nada paga isto! Não há agradecimento justo e suficiente que se possa fazer a alguém que põe em jogo tudo o que é seu pelo bem comum!
Olhamos para os rostos daquele povo sem nada para comer ou beber, a adoecer, sem abrigo e que, apesar de tudo, aguardam e conhecer a realidade diária de histórias como esta, faz-nos refletir que o ser humano sabe ser solidário, amigo, irmão, na hora da desgraça.
São histórias com esta que iluminam o mundo! São histórias assim
que deviam limpar a maldade que existe nele!
Sebastião Barata
2014-04-20 22:51
Toda a história gira à volta de Salvador, um bom rapaz, diria mesmo um excelente rapaz. Alto, bonito, prestável, sensato, trabalhador, amigo do seu amigo. É órfão de pai desde os dois anos e a sua mãe é a sua referência de vida. Ambos trabalham duramente na sua quinta situada na encosta do rio Douro, desfrutando de uma paisagem maravilhosa, mas sofrendo muito para ganhar o seu sustento. Salvador vive obcecado pelo Castelo da Morceja, uma afloração rochosa próxima da sua quinta, sobre o qual o povo conta algumas lendas, nomeadamente a de que guarda no seu interior uma Talha da Felicidade. Ajudado pelo seu grupo de amigos, Salvador procura desvendar os segredos, em que acredita piamente, especialmente depois de uns sonhos que o deixaram deveras curioso.
É um livro que se lê rapidamente, com gosto e que ajuda a passar umas horas agradáveis. Além disso, é bastante educativo, incentivando os jovens a seguir os bons exemplos dos mais velhos, a defender a natureza e a perseguirem os seus objetivos. Aconselho.