sexta-feira, 1 de março de 2019

O Carnaval das crianças do século XIX

  
Aquela alegria e magia frenética do Carnaval de antigamente, não existe. Aquela felicidade de nos mascararmos e vestirmos as peças ou farrapos lá de casa, produzindo os nossos fatos e indo à caixa da costura da mãe ou da avó, ou pedir-lhes ajuda, não existe mais. As brincadeiras e partidas combinadas para pregar sustos aos outros, sem a maldade desta era, era mais natural e divertida.
   As crianças, hoje em dia, entram nos desfiles de Carnaval das escolas, na sua grande maioria, com fatos comprados nas grandes superfícies ou nas lojas chinesas, onde têm um leque variado de fatos, que apelam a essa magia do disfarce, mas não sentem o entusiasmo, o verdadeiro ânimo de se divertir. Quem as vê desfilar ou estar numa parada a aguardar o desfile dos outros, repara como elas estão enfadadas, aborrecidas, ou então a intrometer-se com os colegas, não para brincar e aproveitar esse momento, mas a implicar literalmente. Sentem-se bonitas naquele disfarce, mas quase não se deixam tocar para não sujar ou desmanchar alguma parte da indumentária.
    Os pais e família tiram o dia para assistir. Tiram centenas de fotos para publicar e expor a beleza do disfarce deles. É curioso ver, como os seus olhos estão felizes e maravilhados com o seu petiz. Em primeiro lugar porque alguns não tiveram a oportunidade de se divertir como eles, outros porque ficam emocionados com a sua performance, outros ainda reparam se o seu petiz está mais bonito e bem vestido do que os colegas. 
    Enfim, em tudo isto, resta a superficialidade e o afastamento da verdadeira essência do Carnaval. As crianças já não dançam, já não cantam. Arrastam os pés cansados pelo cortejo, que tem um percurso muito longo. Os seus fatos podem ser ricos ou caros, mas é-lhes dada pouca importância, porque afinal aquele ritual é doloroso. Associam o Carnaval a uma estopada, quase obrigatória e acabam por se divertir muito pouco, porque a Carnaval nada lhes diz. Há outros meios aliciantes para se divertir, esses sim são os que os motivam. 
   É aflitivo ver como qualquer brincadeira é reconhecida como uma afronta e reagem imediatamente com violência, como se tratasse de uma qualquer batalha no mundo virtual. 
    Como mudar estas tendências? Talvez já não haja forma de alterar isto, já estão demasiadamente entranhadas na cultura e na forma de pensar das crianças e dos jovens do século XIX.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Visualize o meu trailer book

O Trailer que me emociona...




https://www.youtube.com/watch?v=zAROIlN69Ko

Um toque de emergência no supermercado

Sair do supermercado e escutar uma campainha, insistente, não é muito normal, mas saber que é de emergência, é pior.
Hoje sucedeu um episódio desagradável que prova como anda a mente humana, neste caso jovem.  
Apercebi-me, quando andava às compras de dois jovens, quase adultos, que vaguevam por lá, comprando algo e, ao pagar a minha conta, escuto uma campainha agressiva. A funcionária alertou que era a campainha de emergência da casa de banho dos deficientes. Chamou-se o segurança, mas, antes que surgisse, vejo os dois jovens sairem da zona das casas de banho, sorridentes. Forte possibilidade de terem cometido "aquela brincadeira", que podia ter consequência. No exterior ainda avisto o segurança a correr atrás deles, que levavam algum avanço. 
Não sei o que se passou entretanto, se os conseguiu alcançar, se foi verificar as imagens de vídeo posteriormente, mas, sinceramente, fossem ou não os causadores daquele equívoco sério, seria oportuno, desculparem-se que não o haviam cometido e não sair de lá a rir. 
Brinca-se demais com assuntos sérios. Naquele caso ninguém se sentiu mal, mas imaginemos que sim.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

A seleção do título de uma obra

Quase sempre começo a minha produção escrita pelo título e, em torno dele, gira toda a história, todo o enredo. É raro alterá-lo, mas, em algumas ocasiões isso aconteceu. Foi o que sucedeu ao título do meu primeiro grande romance - o título original era O Trilho da Rata Cega, eternamente nossa! Alterei-o atempadamente, em primeiro lugar, influenciada por um autor consagrado, Pedro Chagas Freitas, que me confessou não apreciar o título, mas que o autor era soberano na escolha dele, e depois por considerar que era demasiadamente extenso.
Reafirmo, no entanto, que o título costuma ser a parte mais fácil para mim da conceção de um livro. Se me perguntarem onde tenho mais facilidade para o atribuir, se num romance, ou num conto infantil, direi que será num romance. Existe alguma dificuldade em dar um nome atrativo a um livro ou conto infantil, ou, por exemplo, a um poema. Sinto que, estas narrativas, por serem de menor extensão, devem captar a atenção do leitor e há que existir imenso cuidado na seleção desse título. Afinal o título acaba por ser o principal motor para cativar o leitor, assim como a dimensão dos carateres. 
Dois dos meus livros publicados tiveram infelizmente este problema - carateres pequenos - o que julgo ter dificultado a leitura dos textos. O problema não foi meu, aliás, no primeiro caso, foi por falta de experiência minha no campo da paginação e conceção do livro. No segundo caso, não tive propriamente uma opinião a dar sobre a grafia dos carateres e hoje admito que acabou por ser uma condicionante à aquisição de um maior número de livros. De qualquer forma, estão publicados e quem gostar de ler o que escrevo, provavelmente nem reparará na dimensão dos carateres. 
Se gosta de um dos títulos dos meus livros, procure saber o que há a descobrir dentro deles. Talvez se surpreenda! 

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Suicídio de duas jovens mães

O suicídio é um tema muito sensível. Como considero que está a assumir proporções elevadas há que abordá-lo e estar atento aos sinais para podermos ajudar.
Há uns dias duas mães jovens cometeram suicídio, num raio de menos de dez quilómetros de distância. Cada uma delas terá tido os seus motivos, mas ambas viveram a tristeza, o abandono, quiçá o desespero de um amor perdido, de uma vida destroçada.
Constata-se que, hoje em dia, as pessoas estão com pouca resistência para enfrentar o insucesso, o fracasso, o abandono, a perda, a traição. Há pessoas que entram facilmente em desespero, numa melancolia profunda, que acabam por as levar ao stress, ao esgotamento emocional e a tendências suicidas. Primeiro, chamam à atenção, ameaçando suicidar-se e, infelizmente, a maioria tenta. Outras premeditam a sua morte e tomadas pela dor e pela falta de esperança, não vendo saída para os seus problemas, nem pensam na dor que causarão aos outros, à família. Simplesmente, porque essas pessoas já nem pensam nelas próprias. Deixam de ter objetivos e veem como única meta a morte.
Caros leitores, dói tanto saber que estas pessoas deram sinais que estavam em desespero, perdidas, falando inclusivé em morte, publicando posts de lamentos e tristeza, e que ninguém pode ajudar. 
Dói ainda mais quando, no final do ato consumado, e da confirmação do óbito, sabemos que há crianças, que ficam igual e irremediavelmente perdidas, sós, entregues a um destino muito incerto. 
Perguntamo-nos porquê? Perguntamo-nos, porque é que um coração de uma mãe, mesmo que desesperado, não sente os filhos, nesse momento? Perguntamo-nos porque é que um amor fracassado, que deixou a vida dessa mulher arrasada, é o motivo para tal ato? Porque é que um amor, mesmo que cego, prevalece ao amor de mãe de duas ou três crianças?
Alguns de vós pensarão... cada um sabe de si; cada uma destas mães sabia o que sentia ou sofria; cada uma destas mães tinha as suas vivências traumáticas que as levou a um ato tresloucado de sofrimento e a atentar contra a sua vida. 
Não conseguimos ser objetivos, frios e indiferentes com o que resta da história destas mães - os filhos. Julgo que ninguém consegue, quando há crianças de tenra idade. Não nos podemos considerar super-heroís ou tão valentes, que, perante uma tragédia, um abalo grande na vida, não tivéssemos pensado no mesmo, mas felizmente, há amigos, filhos, familiares. Talvez estas jovens mulheres não tivessem sido suficientemente ajudadas, ou talvez não deixassem que as apoiassem. 
O que era desespero e perdição de uma mãe transforma-se em perdição das crianças. Podem ser pequenos, mas sentem e ficam marcados para sempre. Por muito amor que possam vir a ter do pai e de outros familiares, a recordação da mãe permanece.
Se conhece alguém que está constantemente a falar em morte e suicídio, tente ajudar. Faça-o/a acreditar que a vida é importante demais para ser arrancada assim de maneira tão trágica.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Três em uma

    Escrever um artigo em que és uma das intervenientes, é um pouco estranho. 
    Não é a primeira vez que isso me acontece, mas podem ter a certeza que me baralho entre o "eu" jornalista" e o "eu" autora e ainda o "eu" interveniente nas atividades.
     Foi isso que senti quando me solicitaram este artigo para o jornal local. Numa grande confusão de "eus"; julgo ter pensado o que experimentou Fernando Pessoa nos seus heterónimos. É uma experiência deveras singular. Aconselho a experimentarem. 
    Tentem escrever um texto para um jornal, falando na terceira pessoa de vós próprios e sentir a objetividade e o distanciamento de vós próprios. Depois, no final, assinem o artigo. Ainda se sentem mais confusos e atacados pelo bichinho da consciência do " devia ou não devia fazer isto".  
      No momento estas reflexões passam pela vossa cabeça, mas quando veem o produto acabado e ali, na página de jornal, meditam sobre a pertinência do ato e colocam-se algumas questões:
- O que pensarão as pessoas que leem o texto, veem a imagem de uma atividade tua, e veem que assinas no fim?
- Pensarão que estás maluquinha?
- Pensarão que é vaidade?
     Para além destas, colocam-se outras, mas, o que interessa, é que fizeste o teu trabalho de jornalista/repórter, de autora e de interveniente/ participante em algumas das atividades sobre as quais escreveste.  O resto, como a assinatura, tem o teu timbre e prova que, se te fazem um desafio não hesitas, nem que tenhas que ser três em uma.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Sozinha num parque de diversões?

Hoje de manhã prestei particular atenção a um dos momentos de "crime, disse ela!" na televisão e aos comentários sobre um caso. 
Um homem, embriagado, com especial queda para a pedofilia, já tendo estado preso anteriormente, havia raptado de um parquezinho de diversões, durante doze horas uma criança de sete anos, que violou pelo menos duas vezes, deixando-a depois abandonada.
Sobre este crime hediondo,  foram tecidas várias opiniões e críticas à atuação do criminoso, que acabou por relatar às autoridades da tendência dele, da fixação em crianças pequenas. 
A moderadora estava escandalizada com a situação da menina e da forma como iria ser apoiada, ou se seria apoiada pelo estado, já que o próprio estado libertara antecipadamente aquele homem sem o tratar, e agora seriam os pais a suportar o problema e os gastos no tratamento psicológico da menina. 
Mas eu pergunto: porque é que aquela criança, de tenra idade, estava sozinha num parque? Isto também não é caso de negligência?
Pego neste caso, porque vivo numa vila mais ou menos pacata e fico incrédula com a despreocupação de alguns pais que deixam os filhos libertos, por conta deles, no jardim, pelas ruas da vila, ou os deixam vir sozinhos da escola para casa, com idades tão tenras. Pretendem dar-lhes autonomia, liberdade, mas colocam a sua segurança em causa, como no caso deste rapto e violação. 
Aprofundando ainda aquele caso, é minha opinião que aquela criança não deveria estar a brincar sozinha num parque, mesmo que numa urbanização, sem a supervisão de um adulto. Até os adultos correm riscos e são adultos. 
Digam-me sinceramente, mesmo que a criança tivesse o discernimento, quando atacada, de gritar, fugir do agressor, não falar com aquele estranho, pegar num telemóvel e ligar a um familiar quando se sentiu em perigo, de que é que isso valia, ali, naquele momento, se o adulto não estava perto dela para lhe dar proteção?
Continuo a considerar que estão a ser dadas responsabilidades aos pequeninos, como se fossem grandes. Como se pensa que são ágeis e muito aptos e desenrascados, julga-se que basta isso para se tornarem maduros precocemente.
Deixo as minhas reflexões sobre este caso, que me transtornou, obviamente como mãe, mas, vão-me perdoar, atribuo aqui alguma responsabilidade a quem também favorece o criminoso a agir, aproveitando as oportunidades.  Se o indivíduo estava embriagado, estivesse a criança com a companhia de um adulto, provavelmente, não ousaria sequer aproximar-se.
Uma coisa é certa, aquela criança tão pequena, nunca mais será a mesma.
Iremos a tempo de evitar que aconteçam casos semelhantes noutras situações, em que a criança ou o adolescente é deixado por sua conta, com a sua segurança em risco? 
 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

"As palavras bonitas" - na mira da atualidade

Faltam. Faltam, hoje em dia, as palavras polidas, sem a malícia da asneira. Em qualquer lugar, ribombam palavrões nos nossos ouvidos...no hipermercado, na escola, nas novelas da televisão, na rádio, na rua, nas canções famosas da atualidade ... São naturais, espontâneos, revoltos e de um stress estranho. A falta de palavras mais corretas afeta qualquer idade, roçando a ausência de respeito por quem foi criado com educação. Fazem-se orelhas moucas à presença dos outros. Culpa de quem? Ninguém sabe, mesmo que hajam suspeitas. Será da proliferação de cenas agressivas nos filmes, das redes sociais, da moda dos canais de Youtube? Desconhece-se a relação causa-efeito. Mas há pequenos de 10 anos com canal. Como? Não sei. Escutam e veem desde factos revelantes às maiores atrocidades e palermices, perto do perigo. Com tudo isto, os palavrões são como marcas de discurso, de um modo de “estar na vida”. de tendências da nossa época... Mas é avassaladora a banalização do palavrão no dia a dia. Experimente passar perto de um recreio de crianças, ou no café à hora de um jogo e provará o que refiro. Sujeitam-se crianças de tenra idade a aprender essas palavras “engraçadas” e comuns para os adultos e exige-se depois que não se digam em locais públicos, como a escola, mas, na realidade, elas não se escusam a dizê-las sem qualquer pudor ou vergonha. Alteram-se facilmente, quando são chamadas à atenção por alguém e o palavrão deixa de ser palavrão para passar a ofensa.
Qual será o futuro destas “palavras bonitas”? Ninguém sabe. Mas garanto-vos que é bastante preocupante para quem tem que diariamente administrar doses de ensino com educação. Porque a educação cresce com a pessoa, amparada por algum critério de pudor e de respeito em família, por exemplo, pelos mais velhos.
Alguns atestam, o palavrão não revela falta de educação, mas é uma forma, uma predisposição natural de reagir espontaneamente às situações. Sim, há alguns anos, identificava-se ou atribuía-se esse palavreado natural aos nortenhos; depois, inexplicavelmente, desceu o país, o mundo, e agora “a moléstia é geral”. Quase, sem se dar conta, soltam-se “as belas palavras”, que substituem prazenteiramente as corretas, porque “é fixe” falar assim, e então “toca a exagerar no uso, antes que o expulsem do seu grupo social”.
A opção é sua, a opção é de quem educa, de quem forma um ser, mas não critiquem quem usa “as feias”, “as fora de moda e antiquadas” palavras corretas, adequadas, mesmo que solte, de tempos a tempos, uma das “bonitas” para não se sentir à parte do mundo atual.
Uma dosagem equilibrada entre “as bonitas” e “as feias” poderá ser o caminho ideal para uma boa conversa sem ser necessário uma excessiva adesão ao palavrão.
Penso eu... na mira da atualidade!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Mais um rosto desta tragédia... (em homenagem a uma artista da Chamusca)


Mais um número na lista de vítimas femininas neste ano sangrento, mais um rosto, mais uma vida, a que se põe fim.

Pergunto-me porquê? Qual a razão para cometer este ato hediondo? O que leva um ser humano a considerar que manda no destino do outro e que tem o poder de acabar com ele?

 É loucura? É ciúme? É o constatar da rude solidão? É sentir que o outro não pode mais ser feliz, sem ele? O que é afinal?

O ser humano está-se a tornar possessivo, agressivo, obstinado e criminoso?

A Ana é mais um rosto, um número numa lista sangrenta.

A Ana era uma artista, uma trabalhadora, uma mãe, uma pessoa preciosa e estimada numa vila.

A Ana divorciou-se e isso não era motivo para esta morte. Tinha direito a retomar a sua vida.

Revolto-me pela Ana e por todas as mulheres que morrem, ou que são vítimas de violência. Não me culpem de ser feminista, ou de defender o meu género. Defendo qualquer género no que se refere à violência.

Não me culpem de pensar que está na hora de quem manda alterar as leis de forma radical que, quem ouse pensar em violentar ou matar alguém, reflita muitas vezes antes de o fazer.

Não me culpem se considero que, quando há indícios de agressividade, seja verbal ou física, haja imediatamente uma atuação, uma intervenção de técnicos especializados ou das autoridades, para que casos como este, não aconteçam.

Há indícios nas publicações que as pessoas colocam nas redes sociais. Devemos ignorar? NÃO!

Parece que somos todos cúmplices, porque sabemos de situações e não apresentamos queixa, não procuramos ajuda para quem sofre e vamos protelando essa ajuda que, quando chega, é tardia.

A Ana é mais um rosto belo, sofrido, com marcas de muita tristeza. A Ana partiu e deixa uma família e uma vila em luto. A Ana era uma mulher lutadora e não merecia ter este fim. Eu conhecia a Ana há anos. A Ana era minha conhecida no mundo das artes. 
Descansa em Paz, Ana!  

domingo, 17 de fevereiro de 2019

As crianças mandam nos adultos?

Opiniões...
 
Cada vez mais assistimos a cenas em espaços públicos, que nos levam a crer que sim. Estão a ser dados "poderes" às crianças, impensáveis há poucos anos atrás. Os adultos mal se apercebem disso, porque o pretendem é ver os seus filhos felizes, como se fazê-los felizes, pudesse ser - dar-lhes tudo o que pedem, ou calá-los, fazendo-lhes a vontade.
E não pensem que isto é irreal, é mesmo verdade! Revela-se em pequenos gestos, que fazemos no dia a dia.
Hoje passei por um jovem casal, que andava às compras num hipermercado. Esse casal fazia-se acompanhar por uma menina aparentando uns quatro anos. A criança estendia os braços para o pai, gritando: "Estou cansada!" Pretendia que a pegasse ao colo. O pai disse que não, porque tinha andado sempre com ela ao colo, mas a garotinha berrou tanto, e repetiu tantas vezes que estava cansada, que, por vergonha, o pai pegou-a ao colo. A mãe resmungou também algo, que forçou o pai a pegar nela. Aquela criança soube e já sabe, mesmo tão pequena, dominar e vencer os pais.
A "palmadinha da educação" faz falta nestas ocasiões e noutras, sem magoar, mas para fazer valer a vontade do progenitor.
Não se pode bater na criança, não se pode dar um ralhete, que a criança fica traumatizada, mas o que é facto, é que a criança está a tentar "dominar" em casa, na escola, e a tornar-se cada vez mais indisciplinada.
Os pais inibem-se de lhe ralhar, de lhe "aquecer o rabinho" com a "palmadinha", porque têm receio que alguém presencie e apresente queixa deles por maus tratos; o professor, de forma alguma pode substituir os pais na educação, e bater ou ralhar e as crianças vão "fazendo valer" as suas vontades e fazem transpirar o docente.
Sinceramente estou receosa do futuro enquanto professora. Considero que a maioria das crianças chega à escola cada vez mais insubordinada, com maneiras de estar e de ser reveladoras de mau comportamento e de falta de educação, não aceitando regras e não respeitando o adulto, nem o outro.
É urgente agir! É urgente alterar procedimentos face aos petizes, antes que se tornem "pequenos ditadorzinhos" em casa e na escola.

Dádivas


Místico é o céu
que nos presenteia
diariamente 
com uma imensidão
infinita
 
de pinceladas 
tão divinamente
diferentes!

Místico é o sol
que irradia 
luz e calor
e projeta a alegria
nos nossos dias!