Envolvemo-nos de tal forma nessa construção que, quando nos apercebemos, já somos personagens da nossa história, aliás, quer queiramos, quer não, a nossa obra está impregnada de nós. Há sempre uma ou outra que tem caraterísticas nossas.
A sua criação é um ato de coragem, de desafio permanente, que nos põe à prova constantemente, tanto na sua conceção, ou na tentativa de a ver publicada por uma boa editora, ou até na esperança que vingue pelo país, motivando o entusiasmo e agrado dos leitores, e que prolifere pelas livrarias, nas Feiras do Livro, nos sites e blogues literários.
A sua criação é um ato de coragem, de desafio permanente, que nos põe à prova constantemente, tanto na sua conceção, ou na tentativa de a ver publicada por uma boa editora, ou até na esperança que vingue pelo país, motivando o entusiasmo e agrado dos leitores, e que prolifere pelas livrarias, nas Feiras do Livro, nos sites e blogues literários.
Sentimo-nos enganados, abandonados, quando todas aquelas expetativas que encetamos, ou que criamos na nossa cabeça, resultando de uma exigente entrega a essa obra, não ficam à altura do trabalho que tivemos com ela. Todos aqueles dias, meses e anos, em que lutamos para tornar a nossa narrativa num livro físico, não são compensados devidamente. E aí a culpa dessa desilusão morre sempre solteira. Nem adiantará muito expor a questão de ganhos com direitos de autor nesse descanto, porque todos sabem que são exíguos, quando existem. Refiro-me aos lucros em termos pessoais, o facto de nos sentirmos felizes com aquilo que fazemos através do nosso livro. Aquele prazer indescritível de sentirmos o nosso livro é útil ou promove o gosto de quem o lê. Aquela alegria de saber ou de o ver pelas livrarias que visitamos, que sugerimos aos nossos amigos ou conhecidos, podendo anunciar sobre este ou aquele espaço. A motivação que as atividades nos dão, quando as desenvolvemos e o que produzimos nos outros e em nós próprios, tornando-nos o centro produtor da leitura e da escrita.
Portanto aí iremos considerar todo o tempo dispensado, ou dinheiro investido na produção da nossa obra, bem empregue.
Lamentando ferir algumas suscetibilidades, sinto que há muitos escritores e artistas que partilham a minha opinião, e connosco está a opinião pública informada que se interessa por estas questões e que nos vai apoiando e nos mantém a esperança.